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Arezzo &Co e Soma fecham fusão que forma gigante da moda brasileira

Após um namoro que se arrastou por mais de dois anos, Arezzo &Co e Grupo Soma acabam de fechar o maior negócio do mercado de moda brasileiro, formando uma gigante com mais de 20 marcas e faturamento combinado de R$ 12 bilhões, segundo fontes ouvidas pelo INSIGHT. O anúncio deve ser feito oficialmente amanhã, antes da abertura do mercado.A fusão será feita integralmente via troca de ações, sem prêmio. Acionistas da Arezzo ficarão com 54% da companhia combinada e os da Soma, 46% — um leve ajuste em relação aos termos iniciais, que previam 56% e 44%. 

Alexandre Birman será o CEO da empresa combinada e Roberto Jatahy, que comanda o Soma, ficará à frente da divisão de vestuário feminino. O conselho será formado por sete membros, três de cada companhia, mais um chairman a ser escolhido em conjunto.

A nova companhia terá quatro unidades de negócio. Além de calçados e de vestuário feminino, a Hering – de tíquete médio mais baixo e que representa 40% da receita do Soma – terá uma divisão própria. A AR &Co, vertical de vestuário e lifestyle que foi formada dentro da Arezzo com a aquisição da Reserva em 2020, seguirá como uma unidade separada, sob o comando de Rony Meisler.

A notícia de uma potencial fusão, que vazou nesta semana, foi celebrada pelo mercado, dadas as complementaridades do portfólio das duas empresas, que formarão uma espécie de ‘house of brands’ do luxo acessível no Brasil. É um modelo do qual a LVHM é o maior expoente mundial e pelo qual os investidores topam pagar múltiplos mais altos, dado a resiliência da demanda e o potencial de expansão.  Desde o anúncio das negociações, na quarta-feira (31), as ações da Arezzo subiram 12,5% e as do Grupo Soma avançaram 13,7%.

Sinergias

Ao longo da semana, as empresas sinalizaram que a transação tem potencial para gerar R$ 4,5 bilhões em sinergias – um número considerado um tanto agressivo pelo mercado. Boa parte desse valor está na possibilidade de cross-sell entre as marcas (com venda de calçados Birman na Animale, por exemplo).

Analistas e investidores preferem focar do lado dos custos. O Safra estima uma economia de R$ 200 milhões por ano em despesas gerais e administrativas, que incluem backoffice, RH e tecnologia da informação. Há uma expectativa de redução de despesas operacionais, além de uma vantagem importante para a Reserva a princípio, que poderá ser estendida a outras marcas, que é a utilização do complexo industrial da Hering para produzir suas peças.

“A Hering teve uma série de problemas ao longo dos anos, mas a parte fabril é impressionante e eles conseguem operar com um custo industrial muito baixo”, aponta um gestor que tem ações tanto de Arezzo quanto de Soma.

A Arezzo, por outro lado, pode aportar sua expertise em franquias na Hering, que vem melhorando resultados desde a compra pelo Soma, em 2021, mas ainda tem pontos frágeis na relação com os franqueados. As duas empresas também podem somar esforços na expansão internacional – no caso da Soma, feita principalmente via a marca Farm, que tem ganhado cada vez mais tração no mercado externo.

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