As operações de busca nos escombros do prédio que desabou na região de Miami, nos Estados Unidos, continuará nesta sexta-feira (25). O governador da Flórida, Ron DeSantis, declarou estado de emergência, o que significa que o estado terá acesso a recursos federais para o resgate.
O que já se sabe
- O prédio
O edifício de 12 andares faz parte do complexo Champlain Towers, em Surfside — uma das pequenas cidades ao redor de Miami bastante procuradas pela proximidade com o mar. O bloco que caiu ficava de frente para o Oceano.
De acordo com o jornal “Miami Herald”, o edifício foi construído em 1981, e o complexo foi concluído em 1991. A unidade que caiu, a Torre Sul, era justamente a que tinha mais apartamentos: eram 136.
- O desabamento
O desmoronamento aconteceu por volta de 1h30 de quinta (24) (horário local, 2h30 em Brasília). Segundo testemunhas, a maioria dos moradores dormia.
Imagens captadas por câmeras nas redondezas mostraram que o prédio desmoronou rapidamente. Primeiro, um pedaço da construção caiu, arrastando outra parte para baixo. Uma grande coluna de fumaça pode ser vista à distância.
- O resgate
Logo após o desabamento, 37 pessoas foram resgatadas da estrutura. Somente duas estavam debaixo dos destroços, nesse primeiro momento. Segundo as autoridades, 10 pessoas ficaram feridas — 4 delas precisaram de atendimento em hospital. Uma pessoa morreu.
No entanto, as equipes de socorro registraram ao menos 99 pessoas que não puderam ser localizadas. Por isso, equipes de 10 a 12 socorristas cada vasculharam os escombros com a ajuda de cães e equipamentos.
- Os desaparecidos
Segundo a agência Associated Press, citando fontes dos governos dos países, estão desaparecidos 22 cidadãos de países da América do Sul — nove da Argentina, seis do Paraguai, quatro da Venezuela e três do Uruguai.
Entre os desaparecidos da Argentina, está a família de um conhecido cirurgião plástico, Andrés Galfrascoli. Amigos disseram ao jornal “Clarín” que ele estava com o marido e uma filha de 6 anos.
Também está desaparecida Sophia López Moreira, cunhada do presidente do Paraguai, Mario Abdo. Ela é irmã da primeira-dama paraguaia, Silvana López Moreira. Além de Sophia, o marido dela, Luis Pettengill, e outras quatro pessoas estão desaparecidas — inclusive os três filhos do casal, menores de idade.
Por causa do incidente, o presidente Mario Abdo cancelou a agenda que tinha nesta quarta, informou o jornal “ABC Color”.
O que falta saber
- Por que o prédio caiu?
Ainda não há pistas do que pode ter feito o edifício cair. O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse que engenheiros e outros especialistas estão procurando qualquer indício que aponte para uma causa do desabamento.
“Vocês não terão essas respostas imediatamente”, disse DeSantis, segundo a imprensa local.
Segundo o jornal “Miami Herald”, o edifício tinha acabado de completar 40 anos — marco que exige uma inspeção, pelas leis da região de Miami. Ainda não se sabe se o condomínio passou por esse procedimento ou se estava em fase de reparos. As autoridades locais disseram que divulgarão novas informações sobre os documentos do prédio “o mais breve possível”.
- Número exato de feridos e mortos
Dada a quantidade alta de desaparecidos, que pode ser maior, autoridades da Flórida temem que o desabamento tenha deixado um número grande de mortos. Por enquanto, as buscas se concentram em encontrar sobreviventes que possam estar presos sob os escombros.
Também não está fechado o número de desaparecidos: a polícia de Miami-Dade — nome dado ao que seria equivalente à região metropolitana de Miami — contou 99 no total, mas admitiu que esse dado pode não estar muito preciso.
- Brasileiros entre os desaparecidos
O Ministério das Relações Exteriores não confirmou se há brasileiros desaparecidos ou, havendo, quantos são. O G1 entrou em contato com o Itamaraty e com o consulado em Miami para obter mais informações, mas não obteve resposta até a última atualização deste texto.
- Duração dos trabalhos de resgate
Considerando o tamanho do prédio e o número de pessoas desaparecidas, o prefeito de Surfside, Charles Burkett, afirmou que as buscas vão demorar para acabar.
“Vai ser algo que deve durar até a próxima semana.”
Fonte: G1