“Nossa vida é nada mais do que uma longa espera”, o aforismo do filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905 – 1980), pode parecer niilista à primeira vista, mas pode ser bem aplicado para descrever a jornada do Atlas, não o titã da mitologia grega, mas sim o robô criado pela empresa americana Boston Dynamics, o primeiro grande humanoide deste século.
Desligado de suas funções oficialmente em 17 de abril, o robusto Atlas ficou conhecido por suas habilidades de corrida ao ar livre, acrobacias e aparições frequentes que marcavam o passo acelerado da tecnologia. Após mais de uma década em destaque, a máquina teve uma existência preenchida de espera. Aguardou seu grande momento — o lançamento comercial como auxiliar de resgates em desastres como terremotos e desabamentos —, mas por fim, viveu um longo prelúdio para o futuro autônomo ensaiado por seus criadores. Atlas jamais saiu do laboratório.
O modelo antigo dá lugar a uma versão totalmente elétrica, também chamada Atlas, mas dessa vez, projetada para aplicações comerciais e industriais no mundo real. O substituto se destaca por sua capacidade de se levantar rapidamente de uma posição horizontal para uma postura bípede, apresentando maior agilidade e um design mais enxuto.