Não há lugar na Bahia em que a realização da festa de Réveillon esteja mais disputada do que em Boipeba, ilha que pertence ao município de Cairu. Por lá, três produtoras querem realizar eventos para celebrar a chegada de 2022, mas a prefeitura só vai permitir uma festa. Por enquanto, quem está ‘ganhando’ a disputa é a Oquei Entretenimento, que está promovendo o Réveillon Boipeba 2022. A produtora baiana já conseguiu o licenciamento ambiental e iniciou as vendas dos ingressos e divulgação das atrações.
Já as produtoras Mareh Agência de Eventos e Influenza Produções, que realizam festas de Réveillon no local há pelo menos 16 anos, não tiveram o licenciamento concedido e questionam a prefeitura. Atualmente, a legislação municipal de Cairu não permite o licenciamento de eventos do mesmo porte no mesmo distrito. No entanto, ambas produtoras afirmam que suas festas serão de tamanho diferente da organizada pela Oquei. “Durante os seis primeiros meses desse ano, ao serem procurados por mim para fazer o alvará, eles disseram que não podiam receber. Só que enquanto eles diziam que não podiam me receber, eles concederam todos os alvarás possíveis para uma mesma produtora”, denuncia Guga Roselli, dono da Mareh, que organiza o festival Mareh NYE.
“No ano passado, a gente já teve uma perda de R$ 400 mil entre fornecedores que não tinham como devolver o dinheiro, reembolsos e outras questões”, lembra. Para minimizar o impacto, alguns contratos e ingressos foram transferidos para 2021. “Se não acontecer, calculo que irei perder mais uns R$ 300 mil, totalizando R$ 700 mil de prejuízo”, lamenta. Preocupado com essa situação, o empresário já entrou na justiça. “Eu insisti muito, procurei por todas as vias resolver esse problema. Como empresário, fui obrigado a judicializar a questão”, afirma. Já Pedro Batista, sócio fundação da Influenza Produções, organizadora do Réveillon Maravilha, antigo Amar Boipeba, ainda não decidiu processar. “É preciso zerar todas as etapas administrativas. Vamos lutar pelos nossos direitos”, diz. A estimativa de Batista é de um prejuízo de R$ 250 mil.
Procurada, a prefeitura de Cairu confirmou que concedeu três alvarás para a Oquei Entretenimento realizar sua festa.
“Este ano, excepcionalmente por conta da pandemia, o município resolveu liberar apenas um evento por localidade e, mesmo assim, a depender do quadro no período dos eventos”, informou em nota. Essa prioridade para a empresa baiana se deu, segundo a gestão municipal, por eles terem solicitado primeiro o alvará de funcionamento.
Fonte: Correios