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Opinião: A Retórica Destrutiva na Campanha de Medrado e a Desumanização de Valença

Recentemente, a campanha do candidato Marcos Medrado em Valença, gerou uma onda de indignação ao veicular uma peça publicitária que, de forma absurda e inaceitável, comparou a cidade a uma mulher violentada.

A escolha das palavras revela muito sobre as intenções e a visão de mundo de quem as profere. Quando um político utiliza uma metáfora tão insensível e agressiva, ele não está apenas banalizando a dor das mulheres que sofreram abusos, mas também perpetuando uma cultura de violência e silenciamento. Medrado, ao comparar Valença a uma mulher violentada, parece enxergar a cidade como algo que pode ser dominado, possuído, e agredido sem consequências, uma visão que é, no mínimo, desumana e, no pior dos casos, misógina.

Além do evidente machismo, a comparação feita por Medrado também revela uma visão reducionista e ultrapassada sobre a cidade de Valença. Comparar a cidade a uma vítima indefesa é desconsiderar a força e a resiliência de seus moradores, é apagar a diversidade e a riqueza cultural que a compõem, e, sobretudo, é desrespeitar a própria dignidade dos valencianos. Valença não é uma vítima passiva à mercê de agressões; é uma comunidade vibrante, com cidadãos que lutam diariamente por um futuro melhor.

Campanhas eleitorais deveriam ser espaços para propostas concretas e diálogos construtivos, não para o uso de metáforas destrutivas e discursos de ódio. A comparação feita por Marcos Medrado é um sintoma de uma política que ainda não aprendeu a valorizar a humanidade em todas as suas formas, uma política que, em vez de construir pontes e fortalecer comunidades, prefere recorrer ao choque barato e à retórica vazia.

Precisamos de líderes que respeitem as mulheres, que compreendam a gravidade da violência de gênero, e que vejam as cidades não como entidades a serem violentadas, mas como espaços de vida, cultura e progresso. Valença merece mais. E as mulheres, que historicamente têm sido o pilar das comunidades, merecem muito mais respeito e consideração do que o que foi demonstrado pela campanha de Medrado.

Marcos Medrado, ao invés de usar metáforas danosas, deveria reavaliar suas prioridades e entender que a verdadeira liderança nasce do respeito e da empatia. Valença e suas mulheres não são objetos de discurso, mas protagonistas de suas próprias histórias.

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