O Porto de Salvador voltará a ter uma linha direta de navegação para a China depois mais de 13 anos. A operação terá saídas semanais, a partir de julho. A notícia foi inclusive antecipada para alguns produtores rurais, durante a última Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães.
Outra novidade é que esta será a primeira vez que navios de contêineres com 366 metros de comprimento atracarão no país. Para isso, os 16 metros de profundidade do berço do Tecon Salvador, do grupo Wilson Sons, foi apontado como fundamental.
Um dia e muito mais
Com capacidade total para 14 mil contêineres de tamanho padrão (TEUs), o navio deve demorar entre 34 e 38 dias para chegar à China a partir de Salvador – será um dia a menos de viagem em relação à saída do Porto de Santos. Entretanto, esta foi apenas uma das vantagens apresentadas na operação pela capital baiana.
No caso do escoamento do algodão, que deve ser um dos carros-chefes da operação, o custo de escoamento por tonelada por aqui é de R$ 360, contra algo entre R$ 400 e R$ 500, em Santos.
Entre o Oeste da Bahia e o litoral paulista, cada caminhão tem um gasto em torno de R$ 1,5 mil apenas com pedágios.
Potencial
A embarcação da MSC vai sair da China, passar pelo Canal do Panamá, Porto de Suape (PE) e Salvador e rumar de volta à Asia pelo Sul da África. As expectativas são de que boa parte do navio esteja carregado com algodão baiano, mas não apenas com ele. A linha de navegação abre uma janela de oportunidades para exportações baianas.
As apostas mais quentes, além da fibra natural, se voltam para celulose e cargas refrigeradas, essencialmente carnes. Em relação a importações, o horizonte se abre para praticamente tudo o que a indústria chinesa é capaz de produzir.