Caíque de Castro Santos, preso em 2023 sob suspeita de extorquir e roubar homens gays que conhecia através de aplicativos de relacionamento em Salvador, foi condenado a 9 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado. Na sentença, a juíza destacou que as provas apresentadas foram suficientes para demonstrar o crime. Lembrou ainda que Caíque foi preso em flagrante quando se preparava para aplicar mais um golpe e que ele ameaçou de morte as vítimas, além de roubar seus celulares. O acusado, de 30 anos, não conseguiu testemunhas de defesa.
A prisão ocorreu em 5 de setembro de 2023. Três vítimas, que não se conheciam, relataram em juízo o modus operandi de Caíque. O contato começava por aplicativos, o encontro era marcado na casa da vítima e, após a relação sexual, Caíque afirmava ser garoto de programa. Ele exigia que as vítimas fizessem um pagamento e ameaçava de morte quem se recusasse.
As três vítimas relataram que Caíque não informava no aplicativo que era garoto de programa e nem avisava durante as mensagens trocadas. O anúncio só era feito após a relação sexual. De duas vítimas, ele cobrou R$ 550 e, de outra, R$ 1.100. Em dois casos, ele levou o celular como garantia para o pagamento, configurando roubo e extorsão. Os golpes ocorreram nos dias 22, 27 e 28 de agosto de 2023, em diferentes bairros da capital baiana.
O Ministério Público também arrolou ao processo um homem que estava com Caíque no momento de sua prisão em um bar, no bairro de Itapuã. O MP argumentou que o acusado constrangeu as vítimas, mediante grave ameaça, a realizar transferências bancárias de valores diversos, obtendo vantagem financeira indevida após o encontro casual marcado via aplicativo de relacionamento, sem que houvesse qualquer acordo prévio sobre contraprestação pecuniária.
A defesa não apresentou testemunhas e pediu absolvição por falta de provas. Em caso de condenação, solicitou que a pena de prisão fosse substituída por penas alternativas, como prestação de serviços à comunidade e interdição de direitos.
Sentença
No dia 16 de maio, a juíza Jacqueline de Andrade Campos publicou a decisão em que afirma que as provas apresentadas são suficientes, lembra que a prisão foi em flagrante e que o acusado ameaçou as vítimas de morte através de redes sociais, além de roubar os celulares. Em uma das ameaças Caíque disse para a vítima que iria quebrar o braço do rapaz, que ele “pagaria com sangue” e frisou que sabia onde o homem morava.
Durante o interrogatório em juízo, Caique disse que nunca ameaçou as vítimas, que todos sabiam que ele era garoto de programa e que as vítimas davam o celular para ele porque no momento estavam sem dinheiro para pagar pelo serviço.
