Um júri de 12 nova-iorquinos considerou por unanimidade, nesta quinta-feira, 30, o ex-presidente dos EUA Donald Trump culpado de todas as 34 acusações relacionadas à falsificação de registros contábeis para esconder pagamentos à ex-atriz pornô Stormy Daniels. A manobra visava influenciar o resultado das eleições de 2016. A sentença será anunciada em 11 de julho pelo juiz do caso, Juan Merchan.
É a primeira vez na história dos EUA que um ex-presidente é condenado por um crime. Após o veredicto, Trump saiu abatido do tribunal e questionou a idoneidade do juiz Merchan. “Esse julgamento é uma desgraça, o juiz era parcial e nunca deveria ter presidido este caso”, disse ele. “Foi uma desgraça e estava manipulado. Sou um prisioneiro político.”
A sentença foi marcada para o dia 11 de julho. Os advogados de Trump prometeram apelar a instâncias superiores, mas só poderão agir após o anúncio da pena, que varia de 1 ano e 4 meses a 4 anos de prisão. Juristas ouvidos pelo Washington Post, no entanto, dizem que é mais provável uma conversão da pena em multa seguida de liberdade condicional, ou prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
A condenação não impede Trump de ser candidato ou de assumir a presidência. De acordo com constitucionalistas, é possível que Trump obtenha permissão para seguir com a campanha, mesmo se estiver cumprindo pena em regime fechado ou domiciliar.
Veredicto
Os jurados chegaram à conclusão de que Trump é culpado depois de dois dias de deliberação. Eles passaram boa parte do tempo revendo depoimentos, provas e algumas das instruções dadas pelo juiz no dia anterior.
Segundo a promotoria, Trump falsificou registros para ocultar o reembolso a seu advogado, Michael Cohen, que pagou pelo silêncio da ex-atriz pornô, que havia tido um caso extraconjugal com ele em 2006. Tanto Cohen quanto Daniels confirmaram o pagamento e os procuradores também apresentaram provas documentais das falsificações financeiras.